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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Julgamento simulado - Pena de Morte - 21/05/2010 por Paulo Alexandre

Como combinado, os julgamentos simulados que servirão para debater a pena de morte já estão marcados. Anotem bem as datas e não confundam:
  • Turma A – dia 1 de junho
  • Turma B – dia 31 de maio
  • Turma C – dia 31 de maio
  • Turma D – dia 1 de junho
  • Turma E – dia 2 de junho
  • Turma F – dia 2 de junho

Nos dias das apresentações, CADA aluno deverá também entregar uma redação com o tema do julgamento. A redação valerá até 4 pontos (para a N1).




quarta-feira, 19 de maio de 2010

Documento para trabalho de rosário em sala

A arte rupestre pré-histórica

A discussão do valor como "arte" dos registros rupestres pré-históricos tem sido objeto de polêmicas entre arqueólogos e historiadores da arte. A base dessa discussão reside na procura de respostas diferentes às mensagens que as pinturas e gravuras rupestres proporcionam. O arqueólogo não poderá ignorar os registros rupestres na sua dimensão estética, considerando-se a habilidade manual e o poder de abstração e de invenção que levaram o homem a usar recursos técnicos e operativos nas representações pictóricas pré-históricas. Mas, para o arqueólogo, o registro rupestre é sobretudo, parte do contexto arqueológico ao qual se integra como forma de identificar o grupo étnico que o realizara. O termo "registro rupestre", definição que tenta substituir entre os arqueólogos a consagrada expressão "arte rupestre", pretende liberar da conotação puramente estética algo que, seguramente, é a primeira manifestação artística do homem, ao menos em grandes áreas geográficas onde a arte móvel em pedra e osso não aparece anteriormente às gravuras e pinturas rupestres.
A Arte rupestre no Brasil
O Brasil pré-histórico apresenta-se com tradições rupestres de ampla dispersão através de suas grandes distâncias e ampla temporalidade. O registro arqueológico e, concretamente, o rupestre assim o indicam. As tradições rupestres do Brasil não evoluíram por caminhos independentes; os seus autores ou grupos étnicos aos quais pertencem, mantiveram contatos entre si, produzindo-se a natural evolução no tempo e no espaço que nos obriga a estabelecer as subdivisões pertinentes. Foi precisamente nos sertões nordestinos do Brasil. onde a natureza é particularmente hostil à ocupação humana, onde se desenvolveu uma arte rupestre pré-histórica das mais ricas e expressivas do mundo, demonstrando a capacidade de adaptação de numerosos grupos humanos que povoaram a região desde épocas que remontam ao pleistoceno final. No estado atual do conhecimento, podemos afirmar que três correntes, com seus horizontes culturais, deixaram notáveis registros pintados e gravados nos abrigos e paredões rochosos do Nordeste brasileiro. A esses horizontes chamamos tradição Nordeste, tradição Agreste e tradição São Francisco de pinturas rupestres, somam-se as tradições de gravuras sob rocha, conhecidas como Itaquatiaras. Foram também definidas outras tradições chamadas "Geométrica", "Astronômica", "Simbolista", etc
Que eram os lugares com pinturas e gravuras rupestres? Lugares de passagem? De habitação? Ou santuários? Pela estrutura fechada da caverna e o mistério que nelas se encerra, as cavernas paleolíticas da Europa foram consideradas os santuários pré-históricos por excelência, mas o que dizer dos abrigos e paredões nada profundos dos sítios rupestres do Brasil ? Muitos deles não foram ocupados por falta material de condições e o homem limitou-se a pintar e gravar suas paredes. Outros, pelo contrário, tiveram ocupação intensa e duradoura, servindo como lugar de habitação e de culto em épocas diversas. Mas, em geral, quando os abrigos pintados foram utilizados como lugares cerimoniais, não foram simultaneamente ocupados como habitação. Um abrigo tão privilegiado pela situação, como a Toca do Boqueirão da Pedra Furada , teve ocupação longa, não intensa, o que parece ser a tônica dos abrigos rupestres do Nordeste, indicando que foram usados como lugares de culto e acampamentos temporários cerimoniais; a moradia dos grupos humanos seria em aldeias, fora dos abrigos pintados. Noutros casos foram utilizados simultaneamente como lugar de culto e cemitério. O tipo de suporte e a estrutura são elementos essenciais e determinantes para se compreender o sítio rupestre e a sua utilização. Os abrigos localizados no alto das serras, ao longo dos rios, como é o caso da região do Seridó, nos sugere serem lugares cerimoniais, longe das aldeias, que deveriam estar situadas mais perto da água. Já os sítios da Serra dos Cariris Velhos, entre a Paraíba e Pernambuco, situados em lugares de várzea, piemonte ou "brejos", mesmo sendo também lugares de culto, nos dão a impressão de uma utilização habitacional, mesmo que temporária, ou talvez lugar de culto perto da aldeia do grupo.
Quantas vezes os grafismos, que depois serão registrados nas pedras durante milênios, não foram antes esboçados nas areias por algum "contador de estórias"? A pauta cultural acompanha os homens mas o intercâmbio de idéias e conhecimentos não depende apenas de longas migrações. A herança cultural explica-se também pela rede de comunicações através da qual se transmite a informação de geração em geração. www.ab-arterupestre.org.br

Pinturas Rupestres

Dos numerosos abrigos que existem no Parque uma parte muito importante apresenta manifestações de atividades gráficas rupestres que, segundo as informações arqueológicas disponíveis e acima citadas, teriam sido realizadas muito cedo na pré-história, por diversos grupos étnicos que habitaram a região.
Durante cerca de doze mil anos, os grupos étnicos que habitaram a região evoluíram culturalmente e as pinturas rupestres constituem um testemunho desta transformação. Pode-se observar esta evolução dos registros gráficos rupestres mediante a identificação de mudanças nas técnicas pictorial ou de gravura empregadas, mas também nas variações dos temas e da maneira como eles são representados. Estas mudanças não são resultado do acaso, mas de uma transformação social gradativa que se manifesta em diferentes aspectos da vida dos grupos humanos, entre os quais está a prática gráfica.

Toca do Arapuá do Gongo

Este costume de se exprimir graficamente é uma manifestação do sistema de comunicação social. Como tal, a representação gráfica é portadora de uma mensagem cujo significado só pode ser compreendido no contexto social no qual foi formulado. Trata-se de uma verdadeira linguagem, na qual o suporte material é composto por elementos icônicos, cuja completa significação perdeu-se definitivamente no tempo por não conhecermos o código social dos grupos que o fizeram. Não podendo decifrar este código, resta uma possibilidade de se conhecer mais sobre os grupos étnicos da pré-história através da identificação dos componentes do sistema gráfico próprio de cada grupo e de suas regras de funcionamento. Efetivamente, cada grupo étnico possui um sistema de comunicação gráfico diferente, com características próprias. Assim, mesmo que não possamos decifrar a sua significação, será possível identificar cada um dos conjuntos gráficos utilizados pelos diferentes grupos. Quando os conjuntos gráficos permitem o reconhecimento de figuras e de composições temáticas, existe também a possibilidade de identificar os elementos do mundo sensível que foram escolhidos para ser representados. Esta escolha é de fundo social sendo também caracterizadora de cada grupo, pois oferece indicadores sobre os elementos do entorno e as temáticas que são valorizadas por cada sociedade.

Nicho policrômico - Toca do Boqueirão da Pedra Furada.

Toca da Bastiana
As pinturas e gravuras rupestres são então estudadas com a finalidade de poder caracterizar culturalmente as etnias pré-históricas que as realizaram, a partir da reconstituição de um procedimento gráfico de comunicação que faz parte dos respectivos sistemas de comunicação social. Numa segunda instância, este estudo pretende, quando o corpus gráfico em questão fornece os elementos essenciais de reconhecimento, extrair os componentes do mundo sensível que foram escolhidos para fazer parte de tal sistema gráfico. Fica então excluída qualquer possibilidade de interpretação de significados, pois toda afirmação se situaria em um plano de natureza conjectural. Na perspectiva de estudo utilizada entende-se que a cada tradição gráfica rupestre pode associar-se um grupo étnico particular na medida em que se possa segregar conjuntamente outros componentes caracterizadores de natureza cultural, tais como uma indústria lítica tipificada, uma utilização própria do espaço ou formas específicas de enterramentos.
Em razão da abundância de sítios e da diversificação de pinturas e gravuras foi possível estabelecer uma classificação preliminar, dividindo-as em cinco tradições, das quais três são de pinturas e duas de gravuras.
As tradições são estabelecidas pelos tipos de grafismos representados e pela proporção relativa que estes tipos guardam entre si. Dentro das tradições podem-se, às vezes, distingüir sub-tradições segundo critérios ligados a diferenças na representação gráfica de um mesmo tema e à distribuição geográfica. Para cada tradição, ou se for o caso, sub-tradição é possível distingüir-se diferentes estilos que são estabelecidos a partir de particularidades que se manifestam no plano da técnica de manufatura gráfica e pelas características da apresentação gráfica da temática.
Toca do Morcego

Duas das tradições, a Nordeste e a Agreste, já puderam ser datadas graças aos resultados das escavações e sondagens.
Na área do Parque Nacional, nos terrenos da bacia sedimentar, domina a tradição Nordeste de pintura rupestre. Ela é caracterizada pela presença de grafismos reconhecíveis (figuras humanas, animais, plantas e objetos) e de grafismos puros, os quais não podem ser identificados. Estas figuras são, muitas vezes, dispostas de modo a representar ações, cujo tema é, às vezes, reconhecível. Os grafismos puros, que não representam elementos conhecidos do mundo sensível, são nítidamente minoritários. As figuras humanas e animais aparecem em proporções iguais e são mais numerosas que as representações de objetos e de figuras fitomorfas. Algumas representações humanas são apresentadas revestidas de atributos culturais, tais como enfeites de cabeça, objetos cerimoniais nas mãos, etc. As composições de grafismos representando ações ligadas seja à vida de todos os dias, seja à cerimonial são abundantes e constituem a especificidade da tradição Nordeste. Quatro temas principais aparecem durante os seis mil anos atestados de existência desta tradição: dança, práticas sexuais, caça e manifestações rituais em torno de uma árvore. São também frequentes as composições gráficas representando ações identificáveis, mas cujo tema não podemos reconhecer; um exemplo deste caso é uma composição na qual uma série de figuras humanas parecem dispostas umas sobre os ombros das outras formando uma pirâmide, que faz evocar uma representação acrobática. Outro tipo de composição gráfica, que se acha com freqüência em todas as sub-tradições da tradição Nordeste, é designada como composição emblemática. Trata-se de figuras dispostas de maneira típica, com posturas e gestos de pouca complexidade gráfica, mas que se repetem sistemáticamente. Uma das composições emblemáticas desta tradição representa duas figuras humanas, colocadas costa contra costa e freqüentemente acompanhadas de um grafismo puro.
Toca do Salitre
Graças à abundância de sítios e à sua larga distribuição espacial e temporal pudemos classificá-la em sub-tradições e estilos. Atualmente conhecemos as sub-tradições Várzea Grande e Salitre, no sudeste do Piauí e a sub-tradição Seridó, no Rio Grande do Norte.
A sub-tradição Várzea Grande, a mais bem estudada e representada, está dividida em estilos que se sucedem no tempo: Serra da Capivara , o mais antigo, Complexo estilístico Serra Talhada e Serra Branca, estilo final na área de São Raimundo Nonato. O estilo Serra da Capivara apresenta grafismos cujos contornos são completamente fechados, desenhados por traços contínuos e uma boa técnica gráfica. Na maioria das vezes, sobretudo quando o tamanho o permite, as figuras são pintadas inteiramente com tinta lisa. As representações humanas são pequenas, geralmente menores que as figuras animais. Estas últimas são, em geral, colocadas em um local visível e dominam o conjunto das composições; a cor dominante é o vermelho.
O estilo Serra Branca apresenta figuras humanas com uma forma muito particular do corpo, o qual foi decorado por linhas verticais ou por traçados geométricos cuidadosamente executados. Geralmente os animais são desenhados por uma linha de contorno aberta; alguns têm o corpo preenchido por tinta lisa, mas a maioria apresenta um preenchimento geométrico semelhante àquele dos seres humanos.

Toca da Subida da Serrinha I (Caçada da Onça).
O complexo estilístico Serra Talhada é muito mais heterogêneo e possui diversas características classificatórias que não estão sempre presentes em todos os sítios pertencentes à classe, mas quando uma falta outra está representada.
A classe se caracteriza pelas séries de figuras humanas dispostas em linha e a utilização de várias cores (vermelho, branco, cinza, marrom, amarelo), sendo comuns as figuras bicromáticas ou tricromáticas.
Aparecem também figuras com características gráficas muito peculiares, assim figuras humanas apresentam as extremidades exageradamente compridas; abundam também as figuras extremamente pequenas. A técnica de pintura do corpo das figuras se diferencia: além da tinta lisa e dos traçados gráficos complexos aparecem outros tipos, tais como pontos ou zonas reservadas.
Os dados atualmente disponíveis permitiram propor uma explicação segundo a qual esta sucessão de estilos não representa diferentes unidades estilísticas perfeitamente distintas e segregáveis, mas sim reflete uma evolução lenta e contínua que, durante cerca de 6.000 anos, introduziu micro-modificações no estilo básico Serra da Capivara. Isto levou a um desenvolvimento em contínuo da subtradição Várzea Grande, sendo o complexo Serra Talhada resultado desse processo evolutivo que acumulou micro-diferenças, as quais redundaram no estilo final Serra Branca.
As datações obtidas e a análise da indústria lítica confirmam as conclusões às quais chegamos, graças ao estudo das pinturas e gravuras rupestres. A tradição Nordeste, evidente desde há 12.000 anos, parece desaparecer da região por volta de -7.000/-6.000 anos.
Em certos sítios da bacia sedimentar Maranhão-Piauí, ao lado da tradição Nordeste, aparece, desde há 10.000 anos, a tradição Agreste. Ela se caracteriza pela predominância de grafismos reconhecíveis, particularmente da classe das figuras humanas, sendo raros os animais. Nunca aparecem representações de objetos, nem de figuras fitomorfas. Os grafismos representando ações são raros e retratam unicamente caçadas. Ao contrário da tradição Nordeste, as figuras são representadas paradas: não há nem movimento nem dinamismo. Os grafismos puros, muito mais abundantes do que na tradição Nordeste, apresentam uma morfologia bem diferente e diversificada.
A técnica de desenho e de pintura da tradição Agreste é de má qualidade, os desenhos são canhestros e não permitem, na maioria dos casos, a identificação das espécies animais. O tratamento da figura é limitado e de péssima feição.
A repartição espacial da tradição Agreste é, grosso modo, a mesma da tradição Nordeste. Entretanto, há regiões do norte e centro do Piauí e sudoeste de Pernambuco onde aparecem sítios com pinturas de tradição Agreste e onde nunca se encontraram pinturas Nordeste.
Na área arqueológica do Parque Nacional, a tradição Agreste apresenta diversidades estilísticas manifestas que levaram, numa primeira instância analítica, a propor-se sub-classes para esta região. Os estudos sobre esta tradição são, porém, ainda pouco desenvolvidos para que se possa ser mais preciso. Pode-se, entretanto, afirmar a existência de duas modalidades estilísticas que variam tanto na técnica utilizada como nas temáticas gráficamente representadas. Uma classe incluiria as pinturas cujas características são as típicas da classe feitas de maneira grosseira, de grande tamanho, sem preocupação pela delineação da figura e com um preenchimento realizado negligentemente, mas cobrindo extensas superficies. Outra modalidade da tradição Agreste que poderia constituir outra classe incluiria as figuras que são de menor tamanho, mas sempre maiores que as da tradição Nordeste, feitas com maior cuidado e com um preenchimento mais controlado e cuja tinta escorreu menos. Esta última, segundo os dados disponíveis, seria o mais antigo.
Não se conhece até agora o foco de origem da Tradição Agreste. Na área do Parque Nacional ela se encontra associada a uma indústria lítica grosseira, de técnica pouco aprimorada e que utiliza como matéria prima, prioritariamente, quartzo e quartzito.
A tradição Agreste é, inicialmente, periférica e suas manifestações são limitadas entre 10.500 e 6.000 anos BP atrás; com o desaparecimento dos povos de tradição Nordeste ela se torna dominante e passa a ocupar toda a zona por volta de -5.000 anos. Parece ter desaparecido entre 4.000/3.000 anos antes do presente.
Até hoje não foi realizada nenhuma escavação, unicamente algumas sondagens, em sítios pertencentes às outras tradições de registros rupestres da área. Deste modo, pouco podemos adiantar sobre elas além de uma descrição sumária.
A tradição Geométrica é caracterizada por pinturas que representam uma maioria de grafismos puros e algumas mãos, pés, figuras humanas e de répteis extremamente simples e esquematizadas. Esta tradição, segundo informações ainda pouco abundantes, pareceria ser originária do nordeste do Estado do Piauí. É na Serra de Ibiapaba, limite com o Ceará, onde existe a maior concentração até agora conhecida. O Parque Nacional de Sete Cidades é portador de sítios pertencentes a esta tradição de pinturas. Na área do Parque Nacional Serra da Capivara, esta tradição aparece isolada em um único sítio na planície pré-cambriana, mas aparece também como intrusão gráfica em outros sítios, pois alguns grafismos foram feitos sobre painéis em abrigos das tradições Nordeste e Agreste.
Duas são as tradições de gravuras: Itacoatiaras de Leste, Itacoatiaras de Oeste. Para a primeira, temos resultados de prospecções e sondagens que demonstram que ela está ligada a povos caçadores-coletores. A segunda, foi datada de 12.000 anos em Mato Grosso, e aparece nesse Estado associada a uma bela indústria lítica que utilizou quartzito e sílex.
Itacoatiaras de Leste é uma tradição típica de todo o Nordeste brasileiro e seus painéis ornam as margens e leitos rochosos de rios e riachos do sertão, marcando cachoeiras ou pontos nos quais a água persiste mesmo durante a época da seca.
Itacoatiaras de Oeste, representada unicamente por grafismos puros, existe desde a fronteira da Bolívia até o limite oeste da área do Parque Nacional, indo para o sul, onde aparece até o norte de Minas Gerais. Os painéis desta tradição ornam paredes situadas perto de cachoeiras, lagos, fontes ou depósitos naturais de água. Um único sítio dessa tradição aparece na área do Parque Nacional, mas fora de seus limites.
É preciso também fazer menção de um único sítio de gravuras que apresenta características que são diferentes das duas tradições de gravuras acima mencionadas. Ainda não dispomos de elementos para afirmar se se trata de uma tradição diferente ou de um fenômeno isolado. As figuras gravadas representam uma maioria de grafismos puros e algumas formas animais e humanas muito esquematizadas. O sítio Caldeirão do Deolindo é um depósito natural de água - um caldeirão - e está situado dentro do Parque Nacional, no alto da c chapada.
Toca do Boqueirão da Pedra Furada (Pintura escolhida para a logomarca do Parque Nacional).
A tradição Geométrica é caracterizada por pinturas que representam uma maioria de grafismos puros e algumas mãos, pés, figuras humanas e de répteis extremamente simples e esquematizadas. Esta tradição, segundo informações ainda pouco abundantes, pareceria ser originária do nordeste do Estado do Piauí. É na Serra de Ibiapaba, limite com o Ceará, onde existe a maior concentração até agora conhecida. O Parque Nacional de Sete Cidades é portador de sítios pertencentes a esta tradição de pinturas. Na área do Parque Nacional Serra da Capivara, esta tradição aparece isolada em um único sítio na planície pré-cambriana, mas aparece também como intrusão gráfica em outros sítios, pois alguns grafismos foram feitos sobre painéis em abrigos das tradições Nordeste e Agreste.
Duas são as tradições de gravuras: Itacoatiaras de Leste, Itacoatiaras de Oeste. Para a primeira, temos resultados de prospecções e sondagens que demonstram que ela está ligada a povos caçadores-coletores. A segunda, foi datada de 12.000 anos em Mato Grosso, e aparece nesse Estado associada a uma bela indústria lítica que utilizou quartzito e sílex.
Itacoatiaras de Leste é uma tradição típica de todo o Nordeste brasileiro e seus painéis ornam as margens e leitos rochosos de rios e riachos do sertão, marcando cachoeiras ou pontos nos quais a água persiste mesmo durante a época da seca.
Itacoatiaras de Oeste, representada unicamente por grafismos puros, existe desde a fronteira da Bolívia até o limite oeste da área do Parque Nacional, indo para o sul, onde aparece até o norte de Minas Gerais. Os painéis desta tradição ornam paredes situadas perto de cachoeiras, lagos, fontes ou depósitos naturais de água. Um único sítio dessa tradição aparece na área do Parque Nacional, mas fora de seus limites.
É preciso também fazer menção de um único sítio de gravuras que apresenta características que são diferentes das duas tradições de gravuras acima mencionadas. Ainda não dispomos de elementos para afirmar se se trata de uma tradição diferente ou de um fenômeno isolado. As figuras gravadas representam uma maioria de grafismos puros e algumas formas animais e humanas muito esquematizadas. O sítio Caldeirão do Deolindo é um depósito natural de água - um caldeirão - e está situado dentro do Parque Nacional, no alto da chapada.

Gravuras rupestres.
WWW.fumdaham.org.br

Considerações sobre a arte rupestre no Estado da Bahia, Brasil.
Guilherme Albagli de Almeida –DLA/UESC guilhermealbagli@hotmail.com
Luiz Henrique Farias – Imprensa Universitária luizhfarias@hotmail.com
Pareceristas:
Prof. Durval Pereira da França Filho, Profa Sandra Regina Mendes

Revisão Vernácula:
Profa. Dra. Gessilene Silveira
Estagiárias:
Dayse Rodrigues, Miura Almeida, Carol Gresik, Vanessa Damasceno
RESUMO
Grande parte do Estado da Bahia se insere na bacia hidrográfica do São Francisco e na Cordilheira do Espinhaço, onde passaram e viveram grupos humanos vinculados culturalmente com grupos andinos como se evidencia nas suas línguas, costumes, artefatos e arte rupestre. Neste artigo tentaremos identificar algumas expressões rupestres locais, situando-as no contexto mais amplo das tradições da Arte Rupestre brasileira, quando defrontaremos com evidencias que sugerem cronologias e funções diferenciadas incluindo memoriais de mitos, rituais ou simples anotações de teor prático. O presente texto é fruto da tradução e atualização revisada da sua versão original inglesa, apresentada no Congresso da Associação Internacional de Arte Rupestre, IRAC, realizada em 1999 na Universidade de Ripon,Wisconsin, EUA.

APRESENTAÇÃO
A geomorfologia sul-americana é dominada pela cordilheira Andina, no Oeste, o platô das Guianas e a planície Amazônica, ao Norte e o Escudo Brasileiro no Leste/Sudeste. Na banda Leste do escudo Brasileiro (Planalto Central), paralelamente à costa marinha, eleva-se a cordilheira do Espinhaço, origem de rios que descem ao mar e ao cráton sãofranciscano, onde flui o maior rio com curso inteiramente brasileiro. Este rio nasce em Minas Gerais, dirigindo-se ao Nordeste, onde deságua, deixando atrás uma bacia de 600 mil km2 fronteiriça às bacias amazônica e platina. Estas bacias possuem algumas nascentes originadas na cordilheira dos Andes.
A cordilheira do Espinhaço formou-se no Proterozóico, após a elevação de arenitos de uma antiga costa marinha. A bacia sedimentar do rio São Francisco, por outro lado, resultou de um afundamento da crosta terrestre, motivado pelas mesmas pressões que elevaram o Espinhaço e pela subseqüente sedimentação de um mar quente e raso que invadiu esta depressão no Paleozóico. Esta sedimentação recobriu as formações calcárias erodidas no Devoniano: o cinza “Salitre”, na Bahia e o achocolatado ”Bambuí”, em Minas Gerais. Depois de liberadas da lama ocre rica em nódulos de hematita que os recobria, estes “karsts” foram usados pelos homens da pré-história local para produzirem a sua variada arte rupestre.

Nas terras altas, prevalece o clima AW de Koppen (quente e úmido), onde crescem árvores de [grande] porte. Nas terras baixas, encontra-se o clima Bsw (quente e seco, na mesma classificação), com uma estação chuvosa entre novembro e março e um clima seco o resto do ano. Nestas terras baixas prevalecem as caatingas -“mata clara, rala”, em Tupi - que perde toda a sua folhagem na estação seca, mantendo seus caules e raízes vivos até as próximas chuvas, quando tudo verdeja, liberando fortíssimos aromas perfumosos que atraem [miríades de] insetos que fecundam as suas flores. Apesar da aparente aridez da caatinga, esta esconde diversos espécimes vegetais e animais úteis à alimentação humana.
De acordo com Ab’Saber, emérito geógrafo da USP (1989), o clima local atingiu as atuais feições por volta de 11000 AP, substituindo outro clima mais ameno, onde abundante vegetação fornecia alimento para espécimes da megafauna. Hoje extinta, esta população incluía paleocavalos, paleolamas, tigres de dentes sabre e preguiças gigantes, cujos fósseis são abundantemente encontrados em grutas e caldeirões locais. Alguns estudiosos atribuem esta alta concentração de ossos, nestas cavidades, a fenômenos de tanatocenose, espécie de suicídio coletivo de animais inadaptados a novas condições ambentais, como ainda hoje ocorre com certas espécies de baleias. A. Bryan e A.Cartelle, escavando na área, encontraram ossos fósseis da megafauna apresentando possíveis marcas de antropização por artefatos líticos. M.C.M.C. Beltrão e H. de Lumley, por outro lado, numa gruta baiana, identificaram um artefato lítico com marcas de uso, associado a ossos de megafauna datada de 300 000 AP. Por terem vivido, na área, por milênios, os tatus gigantes que também cavavam túneis, é possível que tal artefato seja de uma datação mais recente, tendo deslizado para níveis estratigráficos inferiores, o que poderia ter perturbando a sua interpretação.
TRADIÇÕES RUPESTRES NO BRASIL
Devido à imensidão do território brasileiro, pelo menos seis grandes tradições de arte rupestre foram ali determinadas:
1)A mais sulina foi reconhecida por M. Ribeiro (1979) que chamou-a de Meridional - aparentemente uma extensão de tradições pampeanas, incluindo petroglifos lineares simples, círculos, ângulos e triângulos;
2) Num conjunto de ilhas no litoral catarinense, o padre Rohr (1969) reconheceu uma tradição costeira com petroglifos triangulares e séries de pontos paralelos;
3) Pouco mais ao norte, de São Paulo ao Nordeste, estão presentes sítios da Tradição Geométrica, incluindo temas das duas tradições anteriormente mencionadas, além dos “lagartiformes” – um tema de distribuição transcontinental e presente em quase toda a bacia do Pacífico, da Costa Oriental Africana ao Sudoeste Asiático, Oceania e costa americana. A representação do lagarto do painel gravado no Sitio Fracarolli, perto de Itapeva, São Paulo, apresenta a mesma cabeça pontuda, triangular, dos lagartiformes do Cerro Colorado, Norte do Chile;
4) Em quarto lugar encontraremos uma longa mancha SE/NE de gravuras picoteadas que, de acordo com N. Guidon (1991), comportam um fácies ocidental e outro oriental. Estes painéis apresentam maior sinuosidade linear e detalhamento compositivo que as três tradições anteriormente mencionadas. Todavia, as três compartilham diversas semelhanças temáticas e formais, podendo, facilmente, serem reunidas numa única macro-tradição sobreposta à área de ocupação dos grupos Macrogê no território brasileiro;
5) Tradição Planalto foi a denominação dada por PROUS, da UFMG, para signos [encontrados] em mais de 100 painéis presentes em São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Nesta tradição são numorosos os zoomorfos pintados com vermelho de hematita apresentando corpos chapados, pontilhados ou estriados. Aí, também, aparecem duplas antropomórficas tendo nos braços outra figura, menor, aparentemente humana, como se fosse a entrega de um bebê. Um trângulo aparece sempre junto destas três figuras. Outra recorrência nesta área é a série de antropomorfos em fila, conduzindo um elemento com o abdômen expandido. Estas figuras são, no geral, filiformes e apresentam cabeças resolvidas em forma de “C”, discutidas na tradição seguinte;
6) A Tradição Nordeste foi reconhecida por Guidon, na Serra da Capivara, Sudeste do Piauí. Comporta subtradições ou estilos que tem como elemento comum o dinamismo, as cenas de ação, de dança, caça e cópula. Antropomorfos em oposição “dorso a dorso” são frequentes, com o elemento triangular sempre associado. Aparecem muitos zoomorfos e sinais geométricos irreconhecíveis. Nesta tradição são notadas as subtradições “Serra da Capivara”, com os já citados grupos de pequenos antropomorfos; a “Serra Branca”, com antropomorfos de corpos retangulares, alongados verticalmente, cocares e corpos completamente desenhados, no interior, como representação de pinturas corporais; por fim, a “Subtradição Seridó”, reconhecida nesta região por G. Martin, com figuras antropomórficas ou zomórficas apresentando a característica cabeça em forma de “C”. Esta representação humana está presente nos Abrigos Vermelhos (MT), Sete Cidades (CE) e algumas partes da Califórnia e do México. Estas convergências foram estudadas recentemente pelo norte-americano Richard (“Dito”) Morales, na sua tese de doutoramento;
7) A Tradição Agreste foi estabelecida por Alice Aguiar em diferentes sítios nordestinos, tendo como elemento diagnóstico os grandes “bonecões”-antropomorfos fatura grosseira, desprovidos de detalhes -, que aparecem também na a região de Irecê, na Bahia;
8) Na tradição São Francisco, padrões policrômicos altamente complexos compreendem quase 100% das figuras. São, na maioria, polígonos, muitos quadriláteros divididos, internamente, por linhas vermelhas ou ocres, muitas apresentando sinais de repintura e retoque. Em Barrinha, perto de Carinhanha, na Serra do Ramalho, um sítio contendo centenas desses grafismos foi localizado por este autor, no teto de um abrigo rochoso encravado numa cratera de dificílimo acesso sem equipamentos de alpinismo. Vasos de cerâmica indígena estavam ainda intactos, a céu aberto, sobre cinzas de fogueiras protegidas da chuva, do vento e de curiosos naquele local inóspito. Estes grafismos São Francisco lembram, vagamente, padrões decorativos cesteiros ou a complicada decoração da cerâmica marajoara;
9) As tradições amazônicas, apesar de terem sido primeiramente descritas por Koch-Grunberg, no XIX e, por Silva Ramos, nas primeiras décadas do XX, são hoje as menos conhecidas tradições rupestres brasileiras; M.Consens e E. Pereira (1997) trabalharam na classificação dos dados disponíveis relativos a esta vastidão territorial. No geral, a arte rupestre amazônica apresenta poucas correlações com congêneres das outras regiões brasileiras.
APROXIMAÇÕES ETNO-HISTÓRICAS NA ÁREA
Fontes históricas apontam à presença de diferentes grupos etnolinguísticos no atual território baiano. Estão os Kiriri, possivelmente, entre os mais antigos homens a se assentarem na área, com vocabulário algo relacionado a certas línguas andinas contemporâneas. Embora outrora reconhecidos como grupo lingüístico independente, os dialetos Kiriri são hoje associados ao tronco Macrogê, de ampla distribuição no atual estado baiano. Estes são representados pelos Acroá, Kaiapó, Masakará, Aimoré (Botocudos), Guerém (Krem), Kamakã, Patashó e Sokó; Os grupos tupifônicos, habitaram principalmente na costa marítma e nas margens dos grandes rios do interior, onde podiam pescar com suas canoas, caçar, coletar mariscos, praticar a silvicultura e a sua agricultura incipiente de feijões, milhos, batatas e abóboras. Foram expulsos ao sertão pelo colonizador, ali deixando, eventualmente, traços da sua marca étnica na arte rupestre local. Os assentamentos europeus na região central da Bahia apareceram após o XVIII, quando descendentes do “ Caramurú” estabeleceram currais na ribeira sãofranciscana e na região de Serrinha. Joana Guedes de Brito, herdeira da Casa da Torre e proprietária das terras entre Serrinha e o Rio das Velhas, próximo à atual Belo Horizonte, abriu sobre milenares caminhos indígenas a legendária “Estrada da Tropeira Joana”, onde hoje corre, asfaltada, a Estrada do Feijão, ligando Feira de Santana a Xique- Xique. Artefatos desta época são encontrados nas propriedades à margem desta antiga estrada. Longas estações secas e falta de programas efetivos de irrigação estagnaram a economia de grandes áreas do semi-árido baiano, onde se localiza grande parte da arte rupestre local. Isso contribui, de certo modo, para minimizar a destruição destes sítios arqueológicos, como ocorreu com os sítios costeiros, perturbados por intensiva agricultura, mineração e urbanização.

BREVE PERFIL DA ARTE RUPESTRE DO SERTÃO BAIANO

O Estado da Bahia, em grande parte, cobre as partes mediais da Cordilheira do Espinhaço e da bacia do São Francisco. Devido à sua variedade temática, a arte rupestre local aparenta ser fruto da convergência de diferentes grupos humanos que ali viveram (Martin,1996:242), trazendo e transformando práticas culturais diversas. A maior parte da obras pictoriais rupestres são pinturas digitadas em hematita, carvão, branco de magnésio e tauá ocre, todos estes apresentando diferentes matizes cromáticos, ou pela sua própria composição físico-quimica ou pela seu estado tafonômico . Os temas mais freqüentes são:
1) Séries de linhas verticais paralelas, com ou sem uma linha horizontal as ligando, por cima. Em outras partes do país, estas linhas aparecem totalmente, ou em parte, com cabeças, cocares, pernas e braços acrescentados, sugerindo assim serem recenceamentos de grupos humanos que passam por certos locais;
2) Composições redondas usando círculos simples, concêntricos ou radiados, muitas vezes associados à figura de um réptil, como se vê na Toca do Cosmos, escavada por Bryan (1993). Este painel apresenta mais de 40 grafismos circulares no seu teto. Beltrão classificou estas figuras numa tradição “Astronômica” e, Caldeirón, na sua tradição “Simbolista”;
3) Zoomorfos, incluindo quadrúpedes (isolados ou em grupo), sapos e répteis, classificados por Caldeirón numa “Tradição Naturalista”; 4) Antropomorfos, estáticos e em ação; mãos impressas, chapadas e decoradas; pinturas de pegadas de pés;
5) Seqüências de pontos, campos quadrangulares ou circulares pontilhados; elipses pontilhadas, com marcações regulares intermediárias, semelhantes às encontradas nas grutas de Toquepala e Tacna, no Sul do Peru (Kaufmann Doig, 1996:1996:54). Os campos pontilhados e os grafismos circulares (“solares”?) são, freqüentemente, associados à figura do réptil e podem ser relacionados a rituais pluviomágicos (Ott, 1993:84);
6) Signos geométricos variados de significação imprecisa, repetidos com alguma variação, em certas áreas; 7) Longas linhas finas, riscadas a carvão, nos intermédios de figuras mais antigas, vermelhas; D.VIALOU anotou este mesmo elemento gráfico em Rondonópolis, MT(c. p.). 8) Bastonetes (linhas verticais paralelas) soltos ou ligados pelo topo por uma linha horzontal [da extensão da seqüência de linhas verticais ou mais comprida], como se fosse um quipo andino, pintado; 9) Grafittis históricos de diferentes ações.
CONCLUSÃO
Como em toda parte do mundo, a arte rupestre na Bahia parece ser fruto de intenções multifuncionais, servindo como memorial de mitos, rituais ou servindo a propósitos prático-mnemônicos, como assinaturas pessoais, marcas étnicas ou simples atividades lúdicas. A morfologia do desenho, técnicas de aplicação e composição do pigmento apontam para diferentes inserções produzidas por diferentes grupos humanos que agiram em diferentes momentos. Esta asserção baseia-se, parcialmente, na presença de pinturas quase transparentes, “desgastadas”, junto de outras apresentando camadas de tinta mais espessa. Poucos sítios foram sistematicamente estudados na área em foco sendo quase todo o trabalho de mapeamento estilístico ainda está por ser realizado, permitindo algum entendimento dos movimentos étnicos pré-históricos. Os grafitti contemporâneos, juntamente às mineradoras e ao fabrico da cal constituem os maiores riscos enfrentados, no momento, pela arte rupestre local.
rupestreweb@yahoogroups.com— Cómo citar este artículo:
Albagli de Almeida, Guilherme y Farias, Luiz Henrique
“Considerações sobre a arte rupestre no estado Da Bahia, Brasil”.
En Rupestreweb, http://www.rupestreweb.info/dabahia.html 2008
BIBLIOGRAFÍA :
AB’SABER, A - Paleoclimas quaternários e Pré-história da América Tropical. Dédalo, 1:9-25, MAE/USP, São Paulo,1980
AZEVEDO, A.- Brasil, Terra e Homem. CEN, São Paulo,1972
BRYAN, N.A - Archaeological research at six cave or rock shelter in Interior Bahia, Brazil. Center for Study of the first Americans, Oregon, EUA,1993
ESPINET-MOUCATEL, J. - Étude tracéologique de deux pièces lithiques de la Toca da Esperança, Région de Central, Bahia, Brésil. L”Antropologie, N4 Paris,1998
GUIDON, N. - Peintures Préhistoriques de Brésil: L’Art Rupestre du Piauí. ERC, Paris,1991
KAUFFMANN-DOIG, F. - Historia del Peru Antiguo. Kompakta, Lima, 1992
MARTIN, G. - Pré-História do Nordeste do Brasil. UFPE, Recife, 1996
MENTZ RIBEIRO, P. A. - A Arte Rupestre no Brasil. CEPA Faculdade de Ciências e Letras de Santa Cruz do Sul 7:1-27.1978
OTT, C. - As culturas pré-históricas da Bahia Vol 1 Cultura Material. Bigraf, Salvador,1993
PEREIRA, E. - As pinturas e gravuras rupestres do Nordeste do Pará, Amazônia, Brasil, CLIO, V1N1, UFPE, Recife,1997
PROUS, A - Arqueologia Brasileira UNB, Brasília,1992
ROHR, J.A - Petroglifos da Ilha de Santa Catarina. São Leopoldo,1969
Este trabalho é dedicado à Profa. Dra. Janete Ruiz de Macêdo e à sua valorosa equipe que, com muito empenho e amor, conduzem os trabalhos do Centro de Documentação e Memória (CEDOC) da Universidade Estadual de Santa Cruz

Documento para trabalho de rosário em sala


terça-feira, 18 de maio de 2010

Gêneros e tipos Textuais

15/05/2010 por rosarioaleite

Olá crianças!!!!!!!!!Tipos textuais e Gêneros de textos

Sigo arrumando mais materiais para complementar nossas discussões em sala e nossos estudos, eis que segue um resumo sobre Gêneros e Tipos de Textos,espero que leiam e particularmente o pessoa que está no reforço, reproduzam e passem adiante, cliquem no item destacado e bons estudos!!!

Há um Neandertal dentro de nós

17/05/2010 por Paulo Alexandre

Peter Moon (publicado na Revista Época, Edição 655 – 10 de maio de 2010)

Nossos primos mais próximos não se extinguiram por completo.Humanos e neandertais acasalaram. Os europeus e asiáticos são seus descendentes.

Uma das mais importantes questões da antropologia foi respondida. Desde o século XIX se discute a identidade do homem de Neandertal. Quem era esse nosso primo em primeiro grau na família evolutiva humana? Os neandertais, ou Homo neandertha-lensis, eram maiores e mais fortes que os Homo sapiens, os homens modernos que evoluíram na África há 200 mil anos. Já os neandertais habitaram a Europa e o Oriente Médio por 300 mil anos. Eles conheciam o fogo, caçavam mamutes com lanças sofisticadas e se protegiam do frio com peles dos animais abatidos. Os neandertais eram inteligentes. Seu cérebro era maior que o nosso. Era uma espécie magnificamente adaptada à sobrevivência nas duríssimas condições da Europa glacial. Mesmo assim, desapareceram. Após ceder progressivamente um continente inteiro aos invasores de nossa espécie, há 22 mil anos os últimos bandos remanescentes refugiaram-se nas cavernas do rochedo de Gibraltar, no extremo sul da Espanha. Era um beco sem saída. Do alto do rochedo avista-se a África, do outro lado do Estreito de Gibraltar. Só 13 quilômetros de mar separavam os neandertais da sobrevivência. Mas essa não era uma opção. Eles nunca inventaram barcos. A espécie se extinguiu.
Mas era só o primeiro volume. O segundo volume da história dos neandertais começou a ser escrito na semana passada, com a divulgação do mapeamento do genoma da espécie na revista Science. “Os neandertais eram tão parecidos conosco que, se um deles entrar aqui barbeado e vestido, ninguém notará a diferença”, disse o geneticista sueco Svante Pààbo, de 55 anos, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, Alemanha. Ao comparar o DNA neandertal com o nosso, veio a surpresa. Os neandertais não desapareceram totalmente. Uma pequena fração de seu material hereditário continua viva em nós, incorporada no DNA de cada célula dos bilhões de humanos com raízes na Europa e na Ásia. Todos têm genes neandertais. Seus antepassados comuns pertenceram à primeira leva humana que saiu da África. Eles acasalaram com os neandertais. A miscigenação, diz Pàãbo, deu-se no Oriente Médio, entre 80 mil e 50 mil anos atrás. A contribuição genética neandertal não é universal. Os descendentes dos humanos que ficaram na África não se misturaram. Seu DNA não tem genes neandertais. Entender as causas que teriam levado os neandertais à extinção foi motivo de um debate acalorado que começou em 1856, quando seus primeiros fósseis foram retirados de uma caverna no Vale do Rio Neander, na Alemanha. Na época, o planeta estava partilhado pelas potências coloniais européias. Seus monarcas creditavam esse domínio à superioridade biológica, moral e tecnológica da civilização branca, cristã e européia. Identificar os neandertais como os ancestrais diretos dos europeus foi um passo imediato. Era a prova cabal de que o homem surgiu na Europa e, por isso, era superior aos asiáticos, aborígines e africanos. Não contavam com Charles Darwin.
Em 1871, ao afirmar que chimpanzés e humanos evoluíram de um ancestral comum, Darwin apontou a África como o provável berço da humanidade. De uma hora para outra, os neandertais foram destituídos de sua primazia e rebaixados a primitivos “homens das cavernas”. A queda social dos neandertais não moveu o foco do debate sobre as causas de sua extinção. Arqueólogos, antropólogos e paleontólogos discutiram por 150 anos.
A maioria afirmava que os neandertais, supostamente dotados de uma capacidade cognitiva inferior à nossa, nunca tiveram condição intelectual para concorrer com o Homo sapiens pelo domínio dos territórios de caça. Outra grande facção creditava o fim dos neandertais na conta de nossa espécie, naquele que teria sido o primeiro genocídio. Havia ainda uma minoria defensora de uma hipótese inusitada. Os neandertais não teriam desaparecido por completo. Teriam acasalado com indivíduos de nossa espécie. Se namoros (ou estupros) tivessem ocorrido, e a prole resultante mantivesse a fertilidade (ao contrário de burros e mulas, filhotes estéreis da cruza de cavalos e jumentas), abrir-se-ia a possibilidade de neandertais terem irrigado seus genes no DNA humano.
O DNA é uma molécula complexa e frágil. Poucas horas após a morte de um indivíduo, o DNA começa a fragmentar. Por isso, os geneticistas achavam impossível extraí-lo de cadáveres. Em 1985, o jovem Svante Pàãbo provou o contrário, ao extrair genes de múmias egípcias. Nos anos seguintes, ele foi pioneiro na extração de DNA de animais extintos (leia no quadro). Em 1997, voltou-se aos neandertais. Mapeou o DNA de suas mitocôndrias (órgãos celulares com genes transmitidos só da mãe) sem achar nada humano. Decretou: “Nunca houve acasalamento entre as espécies”.
De lá para cá, o avanço da tecnologia genética fez o que era impossível tornar-se corriqueiro. “A precisão atual dos equipamentos era impensável há 15 anos.” Ainda assim, mapear o DNA neandertal demorou três anos. A equipe extraiu genes de três ossos de fêmeas de 38 mil anos, de uma caverna na Croácia. Seus fragmentos genéticos foram remontados num só genoma. Quando comparado ao DNA do chimpanzé, o DNA neandertal exibiu semelhança de 98,5%, a mesma que guardamos com os chimpanzés. Confrontando o DNA humano com o neandertal, a diferença caiu para 0,5%. É mínima. A mesma que existe entre mim, você e qualquer ser humano. Seriam os neandertais humanos? “Tomamos cuidado para não usar nenhuma definição de espécie,” diz Pãábo. “Os neandertais eram tão parecidos conosco que nenhuma definição serve.”
O grande feito de Páábo e sua equipe não foi mapear o DNA neandertal. Foi compará-lo ao nosso. Ao fazê-lo, detectou aquele 0,5% que nos é exclusivo. Lá residem os enigmas de nossa espécie. “Detectamos várias regiões e identificamos alguns genes. Há 78 mutações”, diz o americano Richard Green, co-autor do estudo. São só 78 mutações num universo de 20 mil genes. Três delas, já se sabe, estão relacionadas à pigmentação da pele. Outras quatro são ruins. Estão associadas a doenças como o diabetes do tipo 2, o autismo, a síndrome de Down e a esquizofrenia. A comparação com os neandertais poderá nos ajudar a detectar quais mutações foram as responsáveis pelos aspectos mais básicos que definem o ser humano: nossa consciência e o dom da fala.

Peter MoonUma das mais importantes questões da antropologia foi respondida. Desde o século XIX se discute a identidade do homem de Neandertal. Quem era esse nosso primo em primeiro grau na família evolutiva humana? Os neandertais, ou Homo neandertha-lensis, eram maiores e mais fortes que os Homo sapiens, os homens modernos que evoluíram na África há 200 mil anos. Já os neandertais habitaram a Europa e o Oriente Médio por 300 mil anos. Eles conheciam o fogo, caçavam mamutes com lanças sofisticadas e se protegiam do frio com peles dos animais abatidos. Os neandertais eram inteligentes. Seu cérebro era maior que o nosso. Era uma espécie magnificamente adaptada à sobrevivência nas duríssimas condições da Europa glacial. Mesmo assim, desapareceram. Após ceder progressivamente um continente inteiro aos invasores de nossa espécie, há 22 mil anos os últimos bandos remanescentes refugiaram-se nas cavernas do rochedo de Gibraltar, no extremo sul da Espanha. Era um beco sem saída. Do alto do rochedo avista-se a África, do outro lado do Estreito de Gibraltar. Só 13 quilômetros de mar separavam os neandertais da sobrevivência. Mas essa não era uma opção. Eles nunca inventaram barcos. A espécie se extinguiu.Mas era só o primeiro volume. O segundo volume da história dos neandertais começou a ser escrito na semana passada, com a divulgação do mapeamento do genoma da espécie na revista Science. “Os neandertais eram tão parecidos conosco que, se um deles entrar aqui barbeado e vestido, ninguém notará a diferença”, disse o geneticista sueco Svante Pààbo, de 55 anos, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig, Alemanha. Ao comparar o DNA neandertal com o nosso, veio a surpresa. Os neandertais não desapareceram totalmente. Uma pequena fração de seu material hereditário continua viva em nós, incorporada no DNA de cada célula dos bilhões de humanos com raízes na Europa e na Ásia. Todos têm genes neandertais. Seus antepassados comuns pertenceram à primeira leva humana que saiu da África. Eles acasalaram com os neandertais. A miscigenação, diz Pàãbo, deu-se no Oriente Médio, entre 80 mil e 50 mil anos atrás.

A contribuição genética neandertal não é universal. Os descendentes dos humanos que ficaram na África não se misturaram. Seu DNA não tem genes neandertais. Entender as causas que teriam levado os neandertais à extinção foi motivo de um debate acalorado que começou em 1856, quando seus primeiros fósseis foram retirados de uma caverna no Vale do Rio Neander, na Alemanha. Na época, o planeta estava partilhado pelas potências coloniais européias. Seus monarcas creditavam esse domínio à superioridade biológica, moral e tecnológica da civilização branca, cristã e européia. Identificar os neandertais como os ancestrais diretos dos europeus foi um passo imediato. Era a prova cabal de que o homem surgiu na Europa e, por isso, era superior aos asiáticos, aborígines e africanos. Não contavam com Charles Darwin.Em 1871, ao afirmar que chimpanzés e humanos evoluíram de um ancestral comum, Darwin apontou a África como o provável berço da humanidade. De uma hora para outra, os neandertais foram destituídos de sua primazia e rebaixados a primitivos “homens das cavernas”. A queda social dos neandertais não moveu o foco do debate sobre as causas de sua extinção. Arqueólogos, antropólogos e paleontólogos discutiram por 150 anos.A maioria afirmava que os neandertais, supostamente dotados de uma capacidade cognitiva inferior à nossa, nunca tiveram condição intelectual para concorrer com o Homo sapiens pelo domínio dos territórios de caça. Outra grande facção creditava o fim dos neandertais na conta de nossa espécie, naquele que teria sido o primeiro genocídio. Havia ainda uma minoria defensora de uma hipótese inusitada. Os neandertais não teriam desaparecido por completo. Teriam acasalado com indivíduos de nossa espécie. Se namoros (ou estupros) tivessem ocorrido, e a prole resultante mantivesse a fertilidade (ao contrário de burros e mulas, filhotes estéreis da cruza de cavalos e jumentas), abrir-se-ia a possibilidade de neandertais terem irrigado seus genes no DNA humano.O DNA é uma molécula complexa e frágil. Poucas horas após a morte de um indivíduo, o DNA começa a fragmentar. Por isso, os geneticistas achavam impossível extraí-lo de cadáveres. Em 1985, o jovem Svante Pàãbo provou o contrário, ao extrair genes de múmias egípcias. Nos anos seguintes, ele foi pioneiro na extração de DNA de animais extintos (leia no quadro). Em 1997, voltou-se aos neandertais. Mapeou o DNA de suas mitocôndrias (órgãos celulares com genes transmitidos só da mãe) sem achar nada humano. Decretou: “Nunca houve acasalamento entre as espécies”.De lá para cá, o avanço da tecnologia genética fez o que era impossível tornar-se corriqueiro. “A precisão atual dos equipamentos era impensável há 15 anos.” Ainda assim, mapear o DNA neandertal demorou três anos. A equipe extraiu genes de três ossos de fêmeas de 38 mil anos, de uma caverna na Croácia. Seus fragmentos genéticos foram remontados num só genoma. Quando comparado ao DNA do chimpanzé, o DNA neandertal exibiu semelhança de 98,5%, a mesma que guardamos com os chimpanzés. Confrontando o DNA humano com o neandertal, a diferença caiu para 0,5%. É mínima. A mesma que existe entre mim, você e qualquer ser humano. Seriam os neandertais humanos? “Tomamos cuidado para não usar nenhuma definição de espécie,” diz Pãábo. “Os neandertais eram tão parecidos conosco que nenhuma definição serve.”O grande feito de Páábo e sua equipe não foi mapear o DNA neandertal. Foi compará-lo ao nosso. Ao fazê-lo, detectou aquele 0,5% que nos é exclusivo. Lá residem os enigmas de nossa espécie. “Detectamos várias regiões e identificamos alguns genes. Há 78 mutações”, diz o americano Richard Green, co-autor do estudo. São só 78 mutações num universo de 20 mil genes. Três delas, já se sabe, estão relacionadas à pigmentação da pele. Outras quatro são ruins. Estão associadas a doenças como o diabetes do tipo 2, o autismo, a síndrome de Down e a esquizofrenia. A comparação com os neandertais poderá nos ajudar a detectar quais mutações foram as responsáveis pelos aspectos mais básicos que definem o ser humano: nossa consciência e o dom da fala.

sábado, 15 de maio de 2010

www.eremptm.wordpress.com <--- Acessem

Ainda há muito o que ser resolvido para que a escola funcione de forma adequada. Até o momento, o programa integral tem funcionado na escola SEM EQUIPE DE APOIO, o que prejudica o nosso trabalho e sobrecarrega todo mundo. Estamos aguardando as providências para que, enfim, tenhamos mais profissionais contribuindo para que a escola funcione bem!

Também é importante registrar que a falta de aulas de Física está prejudicando muito os alunos, pois o tempo vai passando e a falta das aulas vai piorando a situação. As providências estão demorando muito!!!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Daniel, Priscyla, Rafael, Rodrigo, Venâncio e Débora - 1ºB

Bruna, Graciele e Lorena - 1ºB

Bruna - 1ºB

Raniere (Rani)

Herberth (Bebeto Braguinha)

Paulo

Eduardo (Dudu do Babado)

Daniel e Paulo

Sérgio (Belela)

Daniel, Sérgio, Letícia, Rodrigo e Rafael

Bruna e Breno - 1ºB e 1ºD

1ºB e 1ºA com Herberth

1ºB e 1ºA com Paulo e Eduardo - Integral

Baracho e Eduardo com 1ºB - Integral

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Passeio do INTEGRAL

Eu tava pensando das turmas do Integral, fazer um passeio para o Palácio das Princesas, por que eu acho que as turmas estão muito extressadas, então para disparecer um pouco eu tava pensando em falar com o Professor Paulo Alexandre, para ele organizar esse Passeio.
Se vocês concordarem se juntem a mim, pelo menos se a gente formassem um grupo de oito pessoas de cada sala, para falar com ele, eu acho que ele iria fazer, mais o problema é, se todas as turmas iram...
... Apesar que nós sabemos que Paulo sempre arruma um jeitinho de falar com Baracho, então se a gente se juntar e falar com ele, esse passeio sá vai tá com data marcada.
Beijos, leitores!! ;*

sexta-feira, 7 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Surama e Julyana - 1ºA

Priscylla - 1ºB

João Victor - 1ºB

1ºB - Integral

1ºA - Integral

Dalice - 1ºA

Reforço

Esse reforço que os alunos estão fazendo para melhorar as notas nas turmas, é uma boa idéia assim os alunos que tem dificuldade em algumas matérias vão poder aprender.
Como eu sou uma aluna(o) do integral - 1ºB vou tentar fazer o pessoal da minha sala, ficar para estudar as quartas, porque estão ficando poucas pessoas.
Boa noite a todos que estão lendo o blog, divulguem e comentem!

Professores do Integral

Português e Inglês - Sandra
Matemática - Sérgio e Raniere
Biologia - Conceição
Física - (Sem professor)
Química - Carlos Eduardo
História, Sociologia e Filosofia - Paulo
Educação para o Trabalho e Geografia - Herberth
Educação Física - Ana Lúcia
Artes - Rosário

(Blog dos professores e direção da escola - http://www.eremptm.wordpress.com)

Juliana S.C.D.S. - 1ºB Integral